03 maio, 2010

AST (TGO)

Aspartato aminotransferase (AST) ou transaminase glutâmico oxalacética (GOT ou TGO).

→ Finalidade

Reagentes para determinação quantitativa da atividade de Aspartato aminotransferase (AST) ou transaminase glutâmico oxalacética (GOT ou TGO) no soro.
Somente para uso diagnóstico in vitro.

Fundamento

A AST catalisa a transferência do grupo amina do aspartato para o cetoglutarato com formação de glutamato e oxalacetato. O oxalacetato é reduzido a malato por ação da malato desidrogenase (MDH), enquanto que a coenzima NADH é oxidada a NAD+. A atividade enzimática da AST na amostra é calculada com base na redução da absorbância em 340, quando o NADH se transforma em NAD+.

→ Aplicação Clínica

A dosagem da Aspartato Aminotransferase (AST ou GPT) no soro é empregada principalmente para avaliar as hepatopatias. Valores altos de AST são encontrados em: hepatite infecciosa e tóxica, cirrose, pancreatite, infarto do miocárdio, alcoolismo, mononucleose, poliomiosites, gangrena

Reação catalisadora



→ Significado clínico

A aspartato aminotransferase (AST) ou transaminase glutâmico-oxalacética (GOT ou TGO) é uma enzima encontrada em concentração muito alta no músculo cardíaco, no fígado, músculos esqueléticos e em menor concentração nos rins e pâncreas. Nas células hepáticas, a AST localiza-se no citoplasma (40%) e na mitocôndria (60%).

Qualquer lesão tissular ou doença afetando o parênquima hepático liberará uma maior quantidade da enzima para a corrente sanguínea, elevando os níveis séricos da AST. Sempre que ocorrer uma lesão hepatocelular de qualquer etiologia haverá uma grande liberação da enzima AST para a corrente sanguínea, elevando seus níveis séricos.

Na maioria das vezes, a dosagem de AST é realizada juntamente com a ALT e a relação AST/ALT pode ser determinada para auxiliar no diagnóstico diferencial das doenças. Assim, a relação AST/ALT é sempre maior do que 1 em pacientes com cirrose alcoólica, hepatites crônicas, congestão hepática e tumor metastático do fígado. Geralmente, essa relação é menor do que 1 nos casos de hepatite virótica aguda e mononucleose infecciosa.

→ VALORES DE REFERÊNCIA (37°C)

• Soro ou Plasma: até 42 U/L

obs. O valor de referência depende do kit bioquímico a ser utilizado.

Valores Aumentados

Os valores elevados de AST são mais comumente encontrados nas seguintes patologias: hepatites, cirrose hepática, necrose hepática, metástase hepática, drogas hepatotóxicas, processo infiltrativo hepático (tumor), infarto do miocárdio, operações cardíacas, angioplastia e cateterização cardíaca, pancreatite aguda, trauma muscular esquelético, queimaduras graves, anemia hemolítica aguda, distrofia muscular progressiva, mononucleose infecciosa com hepatite, doenças musculares primárias (miopatia, miosite), doença renal aguda e convulsões recentes.

→ Identificação dos Reagentes

Conservar entre 2-8 ºC
1- Tampão - Contém tampão Tris 121 mmol/L pH 7,8 , L-aspartato 362 mmol/L, MDH > 460 U/L, LDH > 660 U/L
2- Coenzima - Contém 2-cetoglutarato 75 mmol/L, NADH 1,3 mmol/L,

→ Estabilidade

Os reagentes são estáveis até o vencimento da data de validade impressa no rótulo do produto e na caixa quando conservados em temperatura entre 2-8 ºC bem vedados e se evite a contaminação durante o uso. Sinais de Deterioração dos Reagentes
1- Presença de partículas e turbidez indicam deterioração dos reagentes.
2- A absorbância do Reagente de Trabalho, lida contra a água em 340 nm, deverá ser superior a 1,100 durante toda a sua utilização ou até a expiração da data de validade do mesmo.

→ Precauções e Cuidados Especiais

Aplicar os cuidados habituais de segurança na manipulação dos reagentes e amostra biológica.
· O Tampão (1) é irritante para pele e olhos.
· O Coenzima (2) contém azida sódica como conservante. Evitar contato com os olhos, pele e mucosa. Não aspirar ou ingerir.
· Recomendamos o uso das Boas Práticas em Laboratório Clínico para a execução do teste.
· De acordo com as instruções de biossegurança, todas as amostras devem ser manuseadas como materiais potencialmente infectantes.
· Descartar os reagentes e as amostras de acordo com as resoluções normativas locais, estaduais e federais de preservação do meio ambiente.
· Recomendamos o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) como avental, óculos de segurança, luvas descartáveis e outros que se fizerem necessários para a realização do teste.
· Não deve ser utilizada a boca para pipetagem de reagentes, amostra ou qualquer outra substância. Em caso de acidentes tomar as medidas cabíveis de primeiros socorros.
e hidróxido de sódio 255 mmol/L. azida sódica 146 mmol/L e hidróxido de sódio 148 mmol/L.

Amostra

SORO.
O analito é estável por 7 dias entre 2-8 ºC. Não utilizar amostras hemolisadas.
NOTA: Recomendamos que a coleta, preparação, armazenamento e descarte das amostras biológicas sejam realizadas seguindo as recomendações das Boas Práticas em Laboratórios Clínicos.


→ Procedimento do Teste

A- Condições de Reação

Equipamento: Espectrofotômetro UV
Leitura: Comprimento de onda 340 nm
Cubeta: 1 cm
Temperatura: 37ºC (cubeta termostatizada)
Medida: contra o ar (decréscimo de absorbância)

Preparo do Reagente de Trabalho
De acordo com o consumo, misturar suavemente os reagentes 1 e 2 na seguinte proporção: 4 mL de Tampão (1) mais 1 mL de Coenzima (2).

O Reagente de Trabalho é estável por 2 meses entre 2-8 ºC.

B- Técnica de Análise

1- Termostatizar o Reagente de Trabalho na temperatura desejada (37 ºC).
A temperatura deve permanecer constante durante a realização do teste.
2- Pipetar:
Reagente de Trabalho: 1000 µL
Amostra: 50 µL
3- Homogeneizar e inserir a cubeta no porta-cubetas termostatizado (37ºC). Acionar o cronômetro.
4- Após 1 minuto, fazer a leitura da absorbância inicial (A ). 0
5- Fazer novas leituras de absorbância, após exatamente 1, 2 e 3 minutos.
6- As diferenças entre as absorbâncias devem ser praticamente iguais, indicando a linearidade do método.
7- Calcular o decréscimo de absorbância médio por minuto (DA/minuto médio).

C- Cálculos

Ver Linearidade.

Considerando que o coeficiente de absorção milimolar do NADH a 340 nm é 6,3 deduz-se a seguinte fórmula para calcular a concentração catalítica:

U/L de AST(GOT) em 340 nm = DA/minuto x 3333

Onde: D A/min = Variação média da absorbância por minuto. O fator 3333 é calculado com base nas condições da reação cinética contínua. Esse fator deve ser recalculado sempre que se fizer qualquer modificação nos parâmetros da reação. Ver método para cálculo do fator.

Exemplo

delta A/minuto do teste = 0,0335
Atividade AST em U/L= delta A Teste X 3333
Atividade AST = 0,0335 X 3333 = 112 U/L

Cálculo do fator, 1000 x Vt/e x Va x d

Vt= volume total do ensaio (1,05 mL)
Va = volume da amostra (0,05 mL)
1000 = conversão de U/mL para U/L
d = espessura da cubeta, via da luz (1 cm)
e = Absortividade milimolar do NADH em 340nm = 6,30

Fator : 1,05 x 1000/6,3 x 0,05 x 1 = 3333


Técnica de Análise Alternativa

Para aumentar a sensibilidade do teste em alguns aparelhos, na Técnica
de Análise usar 100 µL de amostra ao invés de 50 µL. Neste caso, o fator
para calcular U/L será 1746.

Existem também o Método colorimétrico (reitman-frankel)

Método menos usado, onde é feito em laboratórios não automatizados.

Fundamento

A TGO catalisa a transferência do grupo amina da aspartato para o cetoglutarato com formação de glutamato e oxaloacetato. O oxaloacetato formado reage com a 2-4-dinitrofenilhidrazina formando a hidrazona que adquire coloração máxima pela adição de hidróxido de sódio. A intensidade de coloração é proporcional à atividade enzimática da amostra.
Referências

Referência Bibliográfica: AST-PP, Instruções de Uso, Gold Analisa Diagnóstica.




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