03 setembro, 2009

Controle dos Microorganismos - Métodos Químicos de controle

Métodos Químicos de controle

Os agentes químicos são apresentados em grupos que tenham em comum, ou as funções químicas (alcoois, aldeídos), ou elementos químicos (halogênios, metais pesados etc), ou mecanismo de ação (agentes oxidantes, agentes de superfície etc).

Álcoois: A desnaturação de proteínas é explicação mais aceita para a ação antimicrobiana. Na ausência de água, as proteínas não são desnaturadas tão rapidamente quanto na sua presença e isto explica por que o álcool etílico absoluto é menos ativo do que as misturas de álcool e água. Alguns glicóis podem ser usados, dependendo das circunstâncias, como desinfetantes do ar como propilenoglicol e etilenoglicol.

Aldeídos e derivados: Pode ser facilmente solúvel em água, é empregado sob a forma de solução aquosa em concentrações que variam de 3 a 8% . A metenamina é um anti-séptico urinário que deve sua atividade à liberação de aldeído fórmico; pode ser misturada ao ácido mandélico, o que aumenta seu poder bactericida. O mecanismo de ação dos aldeídos é alquilação dereta dos grupos funcionais das proteínas, tais como aminas, carboxilas e hidroxilas, formando hidroximetilderivados inativos.

Fenóis e derivados: O fenol é um desinfetante fraco, tendo interesse apenas histórico, pois foi o primeiro agente a ser utilizado como tal na prática médica e cirúrgica, os fenóis atuam sobre qualquer proteína, mesmo aquelas que não fazem parte da estrutura ou protoplasma do microorganismo, significando que, em meio orgânico protéico, os fenóis perdem sua eficiência por redução da concentração atuante. Dado seu poder biocida, tem uma ampla aplicação nas indústrias de alimentos, preservação de madeira, indústria cosméticas etc.

Halogênios e derivados: Entre os alogênios, o iodo sob forma de tintura é um dos anti-sépticos mais utilizados na práticas cirúrgicas. O mecanismo de ação é combinação irreversível com proteínas, provavelmente através da interação com os aminoácidos aromáticos, fenilalanina e tirosina.

Ácidos inorgânicos e orgânicos: Um dos ácidos inorgânicos mais populares é o acido bórico; porém, em vista dos numerosos casos de intoxicação, seu emprego é desaconselhado. Desde a muito tempo tem sido usados alguns ácidos orgânicos, como o ácido acético e o ácido láctico, não como anti-sépticos mas sim na preservação de alimentos.

Agentes de superfície: Embora os sabões se encaixem nessa categoria são compostos aniônicos que possuem limitada ação quando comparada com a de substância catiônicas. Dentre os detergentes catiônicos os derivados de amônia tem grande utilidade nas desinfecções e anti-sepsias. O modo preciso de ação dos catiônicos não esta totalmente esclarecido, sabendo-se, porém, que alteram a permeabilidade da membrana, inibem a respiração e a glicólise de formas vegetativas das bactérias, tendo também ação sobre fungos, vírus e esporos bacterianos. A Clorohexidine muito usado como anti-sepsia de pele, na lavagem de mãos dos cirurgiões etc.

Metais pesados e derivados: O baixo índice terapêutico dos mercuriais e o perigo de intoxicação por absorção fizeram com que aos poucos deixassem de serem usados, curiosamente alguns derivados mercuriais tiveram grande aceitação, embora dotados de fraca atividade bactericida e bacteriostática in vivo, como o merbromino. O efeito predominante é bacteriostático, pos a combinação do mercúrio conm os grupos SH dos aminoácidos sulfurados pode ser competitivamente removida.

Agentes oxidantes: A propriedade comum destes agentes é a liberação de oxigênio nascente, que é extremamente reativo e oxida, entre outras substâncias o sistemas enzimáticos indispensáveis para a sobrevivência dos microorganismos. O mais empregado é a água oxigenada em solução a 3%, adequada para lavagem de feridas e mucosas onde haja tecido morto.

Esterilizantes gasosos: Embora tenha atividade esterilizante lenta o óxido de etileno tem sido empregado com sucesso na esterilização de instrumentos cirúrgicos, fios de agulhas para suturas e plásticos. Deve ser empregado com cautela e em mistura com outros gases (nitrogênio e dióxido de carbono), pois em combinação com o ar, forma mistura explosiva.



Fonte:
Microbiologia 4° Ed.
Luiz Rachid Trabulsi
Flavio Alterthum

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