06 outubro, 2011

Enterobius vermicularis


A família Oxyuridae possui várias espécies de interesse vetrinário e uma de interesse humano a Enterobius vermiculares. Na literatura existe relato de uma outra espécie - E. regorii cuja tendência atual é considera-la como forma jovem de E. vermicularis.
Esse helminto é popurlamente conhecido como 'Oxiúros'. O E. vermiculares apresenta distribuição geográfica mundial, mas tem incidência maior nas regiões de clima temperado. É muito comum em nosso meio, atingindo principalmente a faixa etária de 5 a 15 anos, apesar de ser encontrado em adultos também.

→ MORFOLOGIA

Apresenta nítido Dimorfismo sexual; Cor branca, filiformes. Lateralmente à boca, notam-se expansões vesiculosas as “asas cefálicas” . A boca é pequena, o esôfago longo e claviforme terminando em um bulbo cardíaco.

Fêmea: 1cm x 0,4mm; sua cauda é pontiaguda e longa; vulva (porção média anterior) a qual é seguida por uma curta vagina que se comunica com dois úteros, cada ramo uterino se continua com o oviduto e ovário.

Macho: 5mm x 0,2mm; Cauda recurvada ventralmente, com espículo presente; apresenta um único testículo.

Ovo: 50 x 20 micras; Apresenta aspecto grosseiro de um “D”; pois um dos lados é ssensivelmente achatado e o outro é convexo. Possui membrana dupla, lisa e transparente. No momento em que sai da fêmea, já apresenta no seu interior uma larva.

→ BIOLOGIA

• Machos e fêmeas vivem no ceco e apêndice.
• Fêmeas são repletas de ovos (5 a 16mil ovos), circulam na região perianal.
• Nas mulhres, às vezes, pode-se encontrar esse parasito na vagina, útero e bexiga
• Ciclo é monoxênico
• Após a cópula, machos são eliminados com as fezes e morrem
• Ovos saem por ovoposição ou rompimento da fêmea desconhece-se devido a algun traumatismo ou dissecamento.
• Ciclo: ingestão de ovos pelo hospedeiro. No intestino delgado as larvas rabtidóides eclodem e sofrem duas mudas no trajeto intestinal até o ceco. Ai chegando, transformam-se em vermes adultos. Um a dois meses depois as fêmeas são encontradas na região perianala. Não havendo reinfecção, o parasitismo extingue-se aí.

→ TRANSMISSÃO

• Heteroinfecção ou primoinfecção: Ovos presentes na poeira ou alimentos
• Indireta: alimentos ou poeira transmitem ao mesmo hospedeiro
• Auto-infecção externa ou direta: ovos da região perianal são levados a boca (cronicidade da doença)
• Auto-infecção interna: larvas eclodem ainda no reto e voltam para o ceco tornando-se adultos
• Retroinfecção: larvas eclodem na região perianal e voltam para o ceco tornando-se adultos

→ PATOGENIA

• Geralmente assintomático
• Prurido anal noturno, perda de sono, nervosismo, masturbação
• Vermes nas fezes
• Enterite catarral por ação mecânica e irritativa, colite crônica, diarréia e emagrecimento em infecções maiores
• Ceco e apêndice inflamados
• Mucosa anal com muco contendo ovos ou até fêmeas adultas
• Coçar a região anal pode provocar infecção bacteriana secundária
• Em órgão genitais femininos: vaginite, metrite, salpingite e ovarite
• Há casos de granulomas causados por ovos e de perfuração do íleo

→ DIAGNÓSTICO

Clínico: prurido anal noturno contínuo pode levar a uma suspeita clínica de enterobiose.
Exame de fezes não funciona, usa-se o método de Graham (fita adesiva transparente, coloca-se a fita em um tubo de ensaio, e apõe-se várias vezes a fita na região perianal) ao acordar

→ EPIDEMIOLOGIA

• Transmissão doméstica ou em ambientes coletivos fechados (creches, asilos, enfermarias infatis etcs)
• Somente na espécie humana alberga o E. vermiculares (crianças de 5 a 15 anos, predominantemente)
• Fêmeas liberam muitos ovos na região perianal que se tornam rapidamente infectantes
• Ovos resistentes (resistem até três semanas em ambientes domésticos)
• Hábitos de sacudir a roupa de cama disseminam os ovos

→ PROFILAXIA

• Roupa de cama do hospedeiro enrolada e fervida, diariamente.
• Tratamento das pessoas infectadas
• Corte rente das unhas, pomada mercurial na região perianal
• Higiene pessoal e doméstica

→ TRATAMENTO

Os medicamentos mais utilizados são os mesmos empregados contra o A. lumbricoides.
• Pamoato de Pirantel; Albendazol; Ivermectina



Fonte: Parasitologia Humana (Neves et al.) 11a ed.


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