28 abril, 2010

Imunidade Contra Tumores

O câncer é um importante problema de saúde em todo o mundo e uma das causas mais relevantes de morbiade e mortalidade em crianças e adultos. Os cânceres surgem a partir da proliferação e disseminação descontroladas de clones de células transformadas. O crescimento de tumores malignos é determinado, em grande parte, pela capacidade de proliferação das células tumorais e pela capacidade de proliferação destas células de invadir os tecidos do hospedeiro e metastatizar para locais distantes. A possibilidade de que cânceres possam ser erradicados por respostas imunes específicas foi o ímpeto para uma grande quantidade de trabalhos no campo da imunologia tumoral. O conceito de vigilância imunológica, proposto por Macfarlane Burnet na década de 1950, afirma que uma função fisiológica do sistema imune é reconhecer e destruir clones de células transformadas antes que eles se transformam em tumores e destruir os tumores depois que já estão formados.

A importância e mesmo a existência da vigilância imunológica, tem sido questionado pelos resultados de alguns experimentos, e o papel da vigilância imunológica poderá varia em tipos diferentes de tumor. Ainda assim, está claro agora que o sistema imune de fato reage contra muitos tumores, e o aproveitamento dessas reações para destruir tumores de forma específica continua sendo um importante objetivo dos imunologistas. Além disso, um dos fatores do crescimento de turmoes maligns é a capacidade destes cânceres de evadir ou superar os mecanismos de defesa do hospedeiro. Nese capítulo, descrevemos os tipos de antígenos que são expressos por tumores malignos, como os sistema imune reconhece e responde a esses antígenos e as aplicações de abordagens imunológicas para o tratamento de câncer.

→ Aspectos Gerais da Imunidade Tumoral

Várias características dos antíogenos tumorais e das repostas imunes aos tumores são fundamentais para a compreensão da imunidade tumoral e para desenvolvimento de estratégias de imunoterapia contra o câncer.

• Tumores expressa antígenos que são reconhecidos como estranhos pelo sistema imune do hospedeiro portador de tumor: Observações clínicas e experimentos com animais comprovam que apesar de as células tumorais serem derivadas de células do hospedeiro, os tumores provocam respostas imunes.

○ Estudos histopatológicos mostram muitos tumores são circundados por infiltrados de células mononucleares comprostos de linfócitos T, células NK (natural killer) e macrófagos, e que linfócitos e macrófagos ativados encontram-se presentes nos linfonodos, drenando os sítios de crescimento tumoral. A presença de infiltrados linfocítos em alguns tipos de melanomas e cânceres de mama indica um melhor prognóstico.

○ A primeira demonstração experimental de que tumores são capazes de induzir respostas imunes protetoras veio de estudos de tumores transplantados realizados na década de 1950. Um sarcoma pode ser induzido em um camundongo isogênico pincelando-se sua pele com o carcinógeno químico metilcolantreno (MCA). Se o tumor induzido por MCA for excisado e transplantado em outro camundongo singênico, o turmo cresce. Ao contrário, se o tumor for transplantado de volta para o hospedeiro original, o camundongo rejeita o tumor.

O mesmo camundongo que havia se tornado imune ao seu tumor não é capaz de rejeitar tumores induzidos por MCA em outros camundongos. Além disso, as células T do animal portador do tumor podem transferir a imunidade protetora contra o tumor para outro animal livre de tumores. Assim, respostas imunes contra tumores apresentam a características que definem a imunidade adaptativa, a saber, especificidade e memória, e são mediadas por linfócitos.

A imunogenicidade dos tumores pressupõe que as células tumorais expressam antígenos que são reconhecidos como estranhos pelo sistema imune adaptativo. Como previsto pelos experimentos de transplantes, a defesa contra tumores é mediada principalmente pelos linfócitos T.

• As respostas imunes frequentes falham na prevenção do crescimento de tumores. Pode haver diversas razões para a imunidade antitumoral não conseguir erradicar as células transformadas. Primeiro, as células tumorais derivam de células do hospedeiro e, portanto, se parecem com as células normais em muitos aspectos. Em outras palavras, a maioria dos tumores expressam apenas alguns antígenos que podem ser reconhecidos como não-próprios, e assim a maior parte de tumores tende a ser fracamente imunogênica. Tumores que provocam resposta imunes fortes incluem aqueles induzidos por víus oncogênicos, nos quais as proteínas virais são antígenos estranhos, e tumores induzidos em animais por carcinógenos, que com frequência causam mutações em genes celulares normais.

→ Antígenos Tumorais

Uma diversidade de antígenos tumorais que podem ser reconhecidos por linfócitos T e B tem sido indenficada em cânceres humanos e animais. Em situação experimental como em sarcomas em camundongos induzidos por MCA, com frequência é possível demonstrar que esses antógenos provocam resposta imunes adaptativas e são os alvos dessas respostas. Antígenos tumorais também foram identificados em humanos, mas os métodos usados nesse caso geralmente não são adequados para prova que tais antógens podem provocar imunidade protetora contra tumores. Ainda assim, éimportante identificar antígenos tumorais em humanos, pois eles podem ser usados como componentes de vacinas tumorais, e anticorpos e células T efetoras produzidas contra esses antígenos pode ser utilizados para imunoterapia.


Fonte: Imunologia Celular e Molecular, Abbas, Lichtman.

4 comentários:

Anônimo disse...

Gosteii dessa cor da letra... está bem mais visivel ;D PARABÉNS! uahuhsus ;*

Biomedicina disse...

UDHSAIUDHSIUHDIDSUD, vo colocar só assim agora tá? *-* :*

Anônimo disse...

Parabéns! :c :q :s

Jaciara disse...

A vcs, o meu muito obrigado...
Ajudou muito nas minhas pesquisas, que Deus os abençoe.

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