02 março, 2010

Orquite auto-imune

Orquite auto-imune: Introdução

Inflamação dos testículos causada por doenças auto-imunes (doença auto-imune é uma anomalia do sistema imunológico que faz com que ele próprio ataque). Na causa da orquite auto-imune, o corpo do próprio sistema imunitário ataca e danifica os testículos. A condição pode causar infertilidade. Freqüentemente se produz como complicação de uma infecção do trato urinário ou sexual. As pessoas podem sentir dor, inchaço e coloração avermelhada do escroto.

Orquite Granulomatosa (auto-imune)

A orquite granulomatosa não tuberculosa é uma causa rara de aumento unilateral do testículo entre os homens de meia idade. Com freqüência, este aumento de tamanho do testículo desenvolve-se alguns meses após traumatismo. Histologicamente, esta orquite é caracterizada por granulomas, que são encontrados tanto nos túbulos seminíferos como no tecido conjuntivo intertubular.

Epididimite e/ou orquite

Em adolescentes e jovens adultos está freqüentemente relacionada à atividade sexual e não apresenta infecção do trato urinário. Em meninos na pré-puberdade, entretanto, a epididimite está quase sempre relacionada com anomalias do trato urinário. Qualquer episódio de epididimite e infecção do trato urinário deve ser investigado com ultra-som vesical/renal e uretrocistografia miccional para descartar a possibilidade de problemas estruturais.


A orquite pode ser consequência de traumatismos ocorridos em jogos de futebol, batidas no selim da bicicleta ou da motocicleta, chutes e socos em brigas, sendo que nestas situações são processos inflamatórios.

Orquite pode ser de origem viral ou bacteriana. Para ambos os casos, a dor se desenvolve de forma subaguda, acompanhada de edema e eritema escrotal, massa palpável amolecida, podendo também ocorrer febre, disúria e polaciúria.
A mais comum é a de origem viral, sendo que a maioria é por caxumba, que é mais frequente durante a infância. As uroculturas serão negativas.

Os casos infecciosos são de origem bacteriana, a infecção ocorre por via uretral retrógrada, passando pelo deferente até chegar no epidídimo e/ou testículo. Na maioria das vezes tem-se epididimite isolada, mas a associação com orquite não é rara. Os principais agentes são a Chlamydia trachomatis e a Neisseria gonorrhoeae, e o acometimento ocorre com maior frequência entre o final da adolescência e adultos jovens que já iniciaram vida sexual, quando se tem maior chance de infecções sexualmente transmissíveis. As uroculturas podem ser positivas.

Todos os quadros de orquite precisam ser bem analisados para saber a causa. O tratamento depende do agente que causou o problema, que em geral é doloroso, com aumento do volume do testículo, e da bolsa escrotal.

Sintomas:

Os sinais clínicos são aumento de temperatura, sensibilidade à palpação e edema (inchaço) na fase aguda. Podem também ser notadas aderências com estruturas anexas e alteração da forma e consistência. O aumento de temperatura e a congestão, interferem na circulação, levando à isquemia (falta de sangue e consequentemente, oxigenação dos testículos), levando a degeneração testicular. A degeneração ocorre rapidamente porém, a recuperação, quando ocorre, é bastante lenta.

Diagnóstico:

Aumento do volume do escroto com hiperemia local (vermelhidão da pele do saco), dor à mobilização do testículo, inclusive perturbando a deambulação do paciente - possibilitam o diagnóstico. Além disso:

• Exame comum de urina
•Urocultura
•Testes para gonorréia e clamídia
•Leucograma
•Ecografia escrotal com Doppler colorido (ecografia com som e cor; Doppler: Mostra aumento do fluxo ao redor da área hipoecogênica e ausência de vasos em seu interior).

A orquite, que também altera a consistência, pode provocar aderências, com evolução diferente das outras patologias testiculares. O espermograma é mais eficiente que a palpação para se obter o diagnóstico mais preciso; nas orquites iremos encontrar células de processo inflamatório.

Tratamento:

O tratamento inclui terapia antibiótica empírica até conhecer-se os resultados da cultura urinária. Se a cultura for negativa, o mais provável é que os sintomas se devam à epididimite não bacteriana causada por refluxo urinário. Repouso e elevação escrotal são frequentemente úteis.
Os AINEs (Anti-inflamatórios não esteróides ) e os analgésicos podem ser usados para aliviar os sintomas. Do mesmo modo que na torção apendicular a dor e a tumefação, geralmente, se resolvem em uma semana. A resolução do endurecimento epididimário pode levar diversas semanas.

Se o problema for tratado rapidamente o quadro pode ser revertido em uma semana, mas o aumento do volume do testículo pode demorar até 30 dias para voltar ao normal.
É importante ter o acompanhamento de um urologista para que o problema seja bem controlado, pois existe a possibilidade de uma supuração com necrose testicular, causando assim a necessidade de extrair o testículo afetado.

Nos casos de orquite por caxumba, o controle junto a um médico é imprescindível, já que o problema pode afetar a capacidade dos testículos de produzir espermatozóides, chegando a causar a esterilidade.

O acompanhamento por um médico especializado é extremamente importante, pois alguns tumores malignos dos testículos podem dar os mesmo sintomas que uma orquite, só que indolores, e o quanto antes for feito o diagnóstico, melhores são as chances de cura.

CID (Classificação Internacional das Doenças) de orquite:

CID 10 - N45 - Orquite e epididimite.
CID 10 - N45.9 - Orquite, epididimite e epidídimo-orquite, sem menção de abscesso.




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