16 novembro, 2009

DOENÇA DE CHAGAS - CID 10: B57 - Trypanosoma cruzi

→ Descrição

Doença infecciosa, causada por protozoário flagelado, de curso clínico crônico, que se caracteriza por fase inicial aguda, com sinais ou sintomas quase sempre inespecíicos, quando presentes, e que pode evoluir para a fase crônica, com comprometimento cardíaco (cardiopatia chagásica) ou digestivo (megaesôfago e megacólon). Outras manifestações clínicas são bastante raras, como a meningoencefalite chagásica.

→ Reservatório

Além do homem, mamíferos domésticos e silvestres têm sido naturalmente encontrados infectados pelo Trypanosoma cruzi, tais como gato, cão, porco doméstico, rato doméstico, macaco de cheiro, sagüi, tatu, gambá, cuíca, morcego, dentre outros. Os mais importantes são aqueles que coabitam ou estão muito próximos do homem, como o cão, o rato, o gambá, o tatu e até mesmo o porco doméstico, encontrado associado com espécies silvestres na Amazônia. As aves e animais de “sangue frio” (lagartos, sapos, outros) são refratários à infecção.

→ Agente etiológico

É o Trypanosoma cruzi, protozoário flagelado da ordem Kinetoplastida, família Trypanosamatidae, caracterizado pela presença de um flagelo e uma única mitocôndria. No sangue dos vertebrados, o Trypanosoma cruzi se apresenta sob a forma de trypomastigota e nos tecidos como amastigotas. Nos invertebrados (insetos vetores) ocorre um ciclo com a transformação dos tripomastigotas sanguíneos em epimastigotas, que depois se diferenciam em trypomastigotas metacíclicos, que são as formas infectantes acumuladas nas fezes do inseto.


Triatoma infestans


→ Vetores

Das mais de 120 espécies conhecidas. As mais conhecidas, têm especial importância na transmissão da doença ao homem. Por ordem de importância: Triatoma infestans, T. brasiliensis, Panstrongylus megistus, T.pseudomaculata e T. sordida. Outros, como T. rubrovaria, no Rio Grande do Sul, e Rhodnius neglectus, em Goiás, com a eliminação do T. infestans, vêm colonizando a habitação e tendem a assumir, também, algum papel na transmissão domiciliar da doença de Chagas.

→ Modo de transmissão

• Transmissão Vetorial
○ Ocorre através das fezes dos triatomíneos conhecido como barbeiros. Esses, ao picar os vertebrados, em geral defecam após o repasto, eliminando formas infectantes de trypomastigotas metacíclicos, presentes em suas fezes, e que penetram pelo orifício da picada ou pelo ato de coçar.
• A transmissão Transfusional
○ Migração de indivíduos infectados para os centros urbanos e da ineficiência no controle das transfusões, nos bancos de sangue.

• A transmissão Congênita
○ Ocorre, mas muitos dos conceptos têm morte prematura, não se sabendo com precisão, qual a influência dessa forma de transmissão na manutenção da endemia. Ocorrem ainda a transmissão acidental em laboratório e a transmissão pelo leite materno, ambas de pouca significância epidemiológica. Sugere-se a hipótese de transmissão, por via oral, em alguns surtos episódicos.

• Forma aguda
○ Recentemente, foram relatados no Paraná casos da doença de Chagas, conseqüentes à transmissão por via oral após ingestão de caldo de cana contaminado com fezes de barbeiros.

→ Aspectos clínicos e laboratoriais

Manifestações clínicas
A doença de Chagas apresenta distintas formas clínicas, podendo ser classii cada
seguinte maneira:

• Forma aguda

○ Aparente
○ Inaparente

• Forma crônica

○ Indeterminada
○ Cardíaca
• Síndrome de arritmias
• Síndrome de insuficiência cardíaca
• Síndrome tromboembólica

→ Métodos imunológicos

• Hemaglutinação indireta – a interpretação do resultado varia de acordo com o ponto de corte determinado pelo fabricante dos kits.

• Imunofluorescência indireta (IFI) – o resultado da imunofluorescência indireta é normalmente expresso em diluições são consideradas como positivas reações a partir da diluição de 1:80.

• Testes moleculares – reação em cadeia de polimerase – PCR (amplificação do DNA do parasita), ainda não disponível na rede de laboratórios de saúde pública, utilizada apenas em situações especiais.

• Ensaio imunoenzimático (Elisa) – consiste na reação de anticorpos presentes nos soros com antígenos solúveis e purificados de T. cruzi obtidos a partir de cultura in vitro (ou antígenos recombinantes de T. cruzi). As sorologias que detectam IgM (imunofluorescência e hemaglutinação), também são utilizadas para diagnóstico da fase aguda; entretanto, só se deve firmar o diagnóstico de forma aguda com o encontro de parasito no sangue periférico. Na fase crônica, utiliza-se mais freqüentemente os métodos de detecção de anticorpos circulantes (IgG). Dentre os citados, os mais utilizados são o Elisa, a imunofluorescência e a hemaglutinação indireta.

→ Período de incubação

• Quando existe sintomatologia na fase aguda, costuma-se aparecer de 5 a 14 dias após a picada do inseto vetor.
• Quando adquirida por transfusão de sangue, o período de incubação varia de 30 a 40 dias.
• Em geral, as formas crônicas da doença se manifestam mais de 10 anos após a infecção inicial.

→ Período de transmissibilidade

• A infecção só passa de pessoa a pessoa através do sangue ou placenta. A maioria dos indivíduos com infecção pelo T. cruzi alberga o parasito nos tecidos e sangue, durante toda a vida, o que significa que devem ser excluídos das doações de sangue e de órgãos.

» Tratamento

• Tratamento específico, fase aguda:
○ Esquema terapêutico: benznidazol 8mg/kg/dia, em duas tomadas diárias, durante 60 dias.
○ Efeitos colaterais: cefaléias, tonturas, anorexia, perda de peso, dermatites, lassidão, depleção das células da série vermelha.
• Tratamento sintomático:
○ Formas cardíacas : exige um conhecimento especifico do caso, e o tratamento é com drogas, as mesmas de tratamento em cardiopatias.
○ Formas digestivas – dependendo do estágio em que a doença é diagnosticada, indica-se medidas mais conservadoras (uso de dietas, laxativos ou lavagens). Em estágios mais avançados, impõe-se a dilatação ou correção cirúrgica do órgão afetado.

» Vigilância epidemiológica

→ Objetivos:

• Manter erradicado o Triatoma infestans e sob controle as outras espécies importantes na transmissão humana.
• Investigação epidemiológica de casos agudos, de transmissão vetorial, transfusional ou transplacentária, visando a adoção de medidas de controle adequadas.
• Monitoramento da presença do vetor nos domicílios (vigilância entomológica).
• Monitoramento da infecção na população humana, através de inquéritos sorológicos periódicos.

→ Notificação

• Todos os casos agudos, independente da forma de transmissão devem ser notificados e investigados imediatamente, mediante instrumentos do Sinan.

• As principais fontes de conhecimento de casos são:

○ Laboratórios, através de quaisquer exames hemoscópicos para diagnóstico parasitológico;
○ Serviços de hemoterapia, pelo diagnóstico sorológico na triagem de doadores de sangue;
○ Serviços de assistência médica ambulatorial e hospitalar;
○ Inquéritos sorológicos;
○ declaração de óbito.

→ Primeiras medidas a serem adotadas frente a um caso agudo

○ Assistência médica ao paciente
○ Qualidade da assistência médica
○ Proteção da população
○ Confirmação diagnostica
○ Investigação



Fonte: Guia de Vigilância Epidemiológica


6 comentários:

Raphael Gonçalves Nicésio disse...

Só uma correção nessa postagem. Na figura, o inseto é o Triatoma infestans, mais conhecido como barbeiro no Brasil. O Trypanosoma cruzi é o protozoário flagelado.

Biomedicina disse...

poutz, q feio suhsadiudshds
errei na hora de passa pra cá ;b
vlw aew féra ;*
corrigido! (y)

Brunno Câmara disse...

Tá mandando ver nos posts!!!
Tá massa!
Vlws

Biomedicina disse...

vlw *_*

ta foda o tempo kra ;\
e jaja é férias
dsuhsdiudshdu

vania disse...

adorei suas explicações, vai em frente vc me ajuda muito, curso faculdade de enfermagem estou no primeiro semestre boa sorte...

Anônimo disse...

adorei o site...continue assim.

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